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domingo, 26 de dezembro de 2010

morrer me chama.


Nessa noite de solidão, o gato massageia-me as costas com suas garras afiadas
O gato é tudo que não me abandonou
Apesar de temer meus movimentos, ele rasteja e dorme sempre ao meu lado
Um velho me seguiu na noite escura, e eu fiquei apavorada
Não queria morrer agora
E não sei se sobreviveria a um estupro.
Não quero mais pensar na morte, mas a vida me abandona em cada célula
Tenho vinte e quatro anos de esperar morrer
E nada mais me encanta
Ontem tentei dirigir e quebrei um muro
Acho que não existe nada que eu saiba fazer bem 
e não agüento mais me oferecer gratuitamente no altar da exploração
E pergunto: a minha vida está em que?

Não existe nada vivo além de você
As vezes basta.
Nem sempre.

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