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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

a árvore


Era uma vontade tão grande de ser tudo
De ser maior que tudo...

E aquele cercado, aquela redoma,
Não lhe permitia crescer.

Quantos anos teriam se passado?
Ninguém sabe...

Ficou madura, atrofiada, como um bonsai esquisito
Nunca deu as flores e frutos que se esperava.

Mas como se esperava que florescesse
Se a condenavam àquela sobrevida?

E aquela desgraça de planta parecia que tinha consciência.
Queria ser tudo.
E não era nada.
Nem viva, nem morta, nem bonita, nem feia,
não era nada.






Mas sabia.
Sabia de tudo.

E sofria...









E me assombrava todas as noites com sua estranheza estéril.
Como um sinal de alerta, como um aviso, um mau agouro.
Um lembrete diário do meu próprio estado de latência, também prestes a apodrecer...